Pós Operatório (PO) de Ligamento Cruzado Posterior (LCP) e Ligamento Cruzado Anterior (LCA)

    O joelho constitui uma das articulações mais complexas e também a maior do corpo, portanto é suportada e estabilizada por músculos e ligamentos, sendo frequentemente exposta a traumas severos.

    As estruturas que formam a articulação do joelho são o fêmur, a tíbia e a patela. Essas estruturas ósseas formam duas articulações distintas, que são a patelofemoral e a tibiofemoral. Todavia, funcionalmente, essas duas articulações não podem sempre ser consideradas separadamente pois existe uma relação mecânica entre elas.

    O ligamento cruzado posterior (LCP) origina- se anteriormente no côndilo medial do fêmur e insere- se em uma depressão posterior da superfície articular da tíbia, enquanto o ligamento cruzado anterior (LCA), insere- se posteriormente no côndilo media do fêmur, tendo como inserção tibial a espinha tibial anterior.

    Os ligamentos cruzados entrelaçam- se e são os principais estabilizadores rotacionais do joelho. O LCP é o principal estabilizador contra o movimento posterior da tíbia sobre o fêmur, além de controlar a extensão e hiperextensão. O LCA fornece 86% da restrição do desvio anterior e o LCP cerca de 94% de restrição ao desvio posterior da tíbia sobre o fêmur.

    Com isso, a ruptura do LCA acarreta pouco aumento do arrasto anterior (desvio da tíbia para frente em 90º de flexão), enquanto a ruptura do LCP resulta em um arrasto posterior de até 25mm.

    O objetivo da cirurgia de reconstrução desses ligamentos é reestabelecer a capacidade de executar o limite normal de movimentação do joelho. A intervenção cirúrgica pode ser feita de 4 formas:

  • Reparação primária;
  • Reconstrução extra- articular;
  • Reconstrução intra- articular;
  • Reparação extra + intra- articular.

    A reabilitação do joelho na lesão do LCP carece de estudos biomecânicos e clínicos, pois baseia- se muitas vezes em processos de integração e reabilitação do LCA que são transpostos para o LCP.

    Os objetivos da fisioterapia no pós operatório são:

  • Analgesia;
  • Ganho de amplitude de movimento (ADM);
  • Reestabelecer propriocepção;
  • Fortalecimento.

    Segundo Leonardi, em 2008, as fases podem ser divididas da seguinte forma:

 

Fase I: 1 a 4 semanas

  • Analgesia: eletroterapia (ultra som pulsátil, laser corrente russa, TENS);
  • Mobilização articular: deslizamentos anteriores e posteriores da tíbia sobre o fêmur; mobilização patelar; mobilização cicatricial;
  • ADM: movimentação passiva do joelho;
  • Alongamentos: isquitibiais, quadríceps, tensor da fáscia lata, gastrocnemio e solear;
  • Atividades proprioceptivas;
  • Exercícios de fortalecimento.

Fase II: 5 a 8 semanas

  • Atividades anteriormente citadas;
  • Atividades com agachamento (até 90°);
  • Cadeira extensora (entre 90° e 30°).

Fase III: 9 a 16 semanas

  • Atividades anteriores;
  • Exercícios contra- resistidos de joelho em cadeia cinética fechada (trote na cama elástica, salto unipodal na cama elástica);
  • Iniciar corridas.

Fase IV- acima de 17 semanas

  • Atividades anteriores;
  • Atividades pliométricas.